quarta-feira, 25 de agosto de 2010

25/08/2010

Putz! Meu coração ainda batia ensandecido, minhas pernas ainda bambeavam e o suor escorria gelado pelo meu rosto. Que, ou quem são aquelas coisas? O que aconteceu? Ainda estou na Terra?...Deixe-me lhe explicar, ou melhor contar. Entender cabe a você! Embarcando no elevador do 13º andar, saquei meu celular e conferi a hora. Eram 22:30.Meu Deus como havia me extrapolado na hora. Na parede espelhada, enquanto descia, via minha infeliz imagem. Meus cabelos continuavam como na juventude, densos e revoltos, porém, alguns fios brancos já se sobressaíam. O corpo alí escondido pelo paletó, continuava forte e musculoso, porém, sem o mesmo vigor da juventude. A única coisa que contiava como fora em sua mocidade era o rosto, sem nenhuma ruga. Meus lábios ainda continuavam vermelhos vivos, o que parecia que havia posto maquiagem e meus olhos azuis continham ainda o mesmo brilho jovem de sempre. Apesar de toda a fadiga de mais aquele dia de trabalho, sorri para minha imagem.Senti um solavanco e o elevador parou. As luzes piscaram e tudo se apagou.
"Merda!" Pensei, apertando o botão do alarme. NADA. Apertei de novo.Nada. Um medo desconhecido começou a me consumir.Não tinha claustrofobia, mas não me agradava ficar a noite preso num elevador. Apertei novamente, desta vez com violência o botão do alarme. Tudo se iluminou e o elevador voltou a descer. Ele olhou os números e acompanhou-os: 7,6,5,4,3,2,1,T. Novo solavanco. Nova parada. A porta começou a se abrir quando as luzes piscaram novamente e se apagaram, deixando tudo numa imensa escuridão. Saquei meu celular e olhei a hora:22:50. Passara vinte minutos no elevador? Impossível. Sua visão foi atraída para o canto superior esquerdo do celular, que nao marcava nenhuma torre com as minúsculas palavras NO SIGNAL ao lado. Cada vez mais assustado, tentei me expremer entre a porta do elevador. Não consegui. Com uma força que vinha dentro de mim, adrenalina ou sei-lá o quê, eu escancarei um pouco mais as portas e consegui com muito esforço passar pela porta entreaberta, sendo engolido pela mesma escuridão claustrofóbica de dentro do elevador.
"Olá!" Berrei, já assustado olhando em volta em vão, sem poder ver nada.
Peguei meu celular e o abri, iluminando o visor e iluminando vaga e fracamente a minha volta. O lugar parecia estar na mais profunda escuridão. Um arrepio percorreu meu corpo ao notar que o lugar parecia estar deserto, sem nenhuma alma viva.
"Tem alguém aqui?"
Sem obter nenhuma resposta, eu saí correndo esbarrando em algums coisas e caindo sobre outras. Respirei fundo e tentei me acalmar. Iluminei novamente o visor do celular. Sem sinal. Com uma falsa calma vaculhei novamente ao meu redor e encontrei uma luminosidade vinda de um lugar distante. Parecia ser uma luz vermelha, um pouco forte. Focando e concentrando-me nela, caminhei em direção ao que parecia ser uma porta entreaberta. Parecia esar hipnotizado. Meus pés andavam por mim, me encaminhavam, desviando-me dos obstáculos e em pouco tempo chegando ao que reconheci ser a portae madeira, entrada principal do prédio. A luz vinha de fora, e parecia me hipnotizar. Saí do prédio. Silêncio mórbido. Nenhum som do trânsito,buzinas, nem um farfalhar de vento. A luz vinha de cima, do alto. Como se em câmera lenta, olhei para o céu e o que vi fez minhas pernas tremerem. Caí no chão assustado. Minha boca se abriu num enorme O e os pelos de meu braço se arrepiaram. A Lua estava enorme, milhares de vezes o tamanho comum, parecia poder ser tocada pelas mãos. E estava irradiando uma luz vermelho sangue. Tirei rapidamente meus olhos daquele fenômeno esquisito e olhei em volta. Carros estacionados, mas nenhuma alma viva. O mundo parecia deserto.
Tremendo as mãos e as pernas, levantei e corri em direção a meu carro. Pegando as chaves do bolso, tentei colocá-las no trinque para abrir a porta. Estava tremendo tanto que não conseguia penetrar a chve na fechadura. Com a mão esquerda, firmei a direita e com muita dificuldade, girei o trinque, abrindo a maçaneta. Entrei tme jogando no banco e curvando-me em direção à ignição, com um pouco de dificuldade ainda para por as chaves na ignição: "Funcione! Vamos! Ligue!" Pensei eu ao girar a chave. O motor roncou. Aprumou-se no banco, a tempo de seu sanguje congelar e um grito rouco sair de sua garganta ao ver o cenário diante de sí.
Os faróis iluminavam a rua diante de mim, e alí, e em volta de todo carro pelo que percebi, havaim pessoas que pareciam ter-se materializado do nada. Com o farol iluminando-os, meu coração quase parou. A mulher a minha frente era loira, com os cabelos caindo por sobre os ombros. Sua pele era branquíssima, com  machas verde escuros. Seus olhos eram injetados, com pupílas vermelhas. De sua boca escorria um líquido arroxeado e pastoso.Seria linda se nao estivesse naquele estado. Escancarou sua boca e os dentes eram pontoagudos e pareciam estar podres. Repentinamente, ela se jogou sobre o carro, socando o para-brisa e quebrando-o em pedacinhos. Seu gesto desencadeou o mesmo com os outros, todos apresentando um estado parecido de demência e violência e uma imagem horrivel. Pareciam querer me ferir. Instintivamente pisei no acelerador e senti enquanto o carro parecia passar por cima de alguns. Acelerei ao máximo, correndo pela rua vazia. Outras pessoas surgiam das sombras, e conforme os faróis as iluminavam, eu via que estavam todas daquele mesmo estado. Santo Deus! O que havia acontecido. Senti o suor escorrendo pelo meu corpo. Acelerei ainda mais, em direção à minha casa. O que estava acontecendo? Minha família! Estaria minha família bem? Com o desespero brotando em mim, acelerei frenéticamente.Queria respostas. Será que as encontraria? Primeiro, iria ver minha família..."Senhor, faz tempo que não conversamos. Faça com que esteja bem! Por favor!". Liguei o rádio. Estática!  

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